1:02:00
É verdade. Chamámos o técnico
e tudo. Não fizemos mal a ninguém.
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- Como podes pensar isso de nós?
- Somos pessoas normais, como tu.
1:02:08
Normais? Mataram o Domínguez
e agora querem matar-me a mim!
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Ela tem razão. Para que é isto?
É acabar já com ela, que gaita!
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Castro, cala a boca!
Vá, dá-me a mala.
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- Vá à merda.
- Dá-me a mala e vai-te embora.
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Lixaram o velho durante anos
até ele morrer de medo em casa.
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Não vos vou deixar o dinheiro,
cabrões de merda!
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Alguém que telefone
ao meu marido, por favor!
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Ela mata-a e fica com o dinheiro.
Foi para isso que esperámos anos?
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Cala-te. Deixa-me pensar.
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Não há nada para pensar.
Ou eu saio daqui,
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ou há um banho de sangue. Decidam.
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Temos que lhe dar o dinheiro.
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Eu mato-a.
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O que estás a fazer?
Larga isso.
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Castro!
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Tira-mos da frente!
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Quem é que chamou a polícia?
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Ainda bem que chegaram a tempo.
Calma...
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Chamo-me Gutiérrez.
Sou o administrador do condomínio.
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Aqui está o corpo.
Foi um espectáculo dantesco.
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Não, é melhor não o verem.
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Foi um acidente...
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A gaja está a pirar-se.
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Há muitos anos
que é administrador?
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Não sais daqui nem morta.
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- Quer que eu grite, é?
- Grita...
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...e explica lá a mala à polícia.
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Desculpe, Julia.
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Lembrei-me que você foi a última
a ver o Domínguez com vida.
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- Sim, mas foi tudo tão rápido...
- É melhor irmos à esquadra.
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- Para quê?
- Para prestar depoimento.