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- É uma formalidade.
- Não tenho tempo para isso.
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- Vou apanhar um avião.
- Ah, vai viajar. Daí a mala.
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É uma viagem de negócios. Quando
voltar, daqui a dias, ligo-lhes.
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Desculpe, mas não pode ser.
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Depois do depoimento
pode ir para onde quiser.
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E porque não se faz isso aqui?
Desculpem a intromissão,
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mas eu sei como são estas coisas.
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Tem de prestar declarações.
Sem isso, nada feito.
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É um instantinho. Deixemos
os senhores agentes trabalharem.
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- Pode ser em minha casa.
- Não!
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Não é preciso.
Pode ser na minha. Vamos.
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Obrigada, Emilio,
mas não precisamos de si.
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Para cima!
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Já está tudo, não é?
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Pode ser que a venham a chamar
mais tarde.
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Só mais uma coisa.
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Neste prédio,
passa-se algo de anormal.
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O que aconteceu?
O que tinha de acontecer.
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A sua mulher ficou só;
quase que a matavam.
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Eu estava no videoclube
a tratar das cassetes.
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Não, que eu fui chamá-lo
e só vi a loura.
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Devo ter ido tomar um café.
Não sei.
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Se você não sabe
quem é que sabe?
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- Estamos de guarda desde as sete.
- E o que fazemos a seguir?
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- Não sei. Dá-me tempo.
- E se ela conta tudo?
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- Tudo o quê?
- O elevador, a festa...
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Não pode contar ou teria
de lhes falar do dinheiro.
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Não viram como se agarrava à mala?
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Não é isso. É... complicado.
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Digamos que eles procuravam
uma coisa há anos
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e eu em dois dias descobri-a.
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- "Eles"?
- Os vizinhos, a comunidade.
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Sabem que eu a tenho
e agora querem matar-me.