:43:00
Ele não é idiota.
Sabe o que me disse?
:43:05
Que, se se convencer de que
eu quero contaminar as provas...
:43:08
talvez eu não passe
este Natal em casa.
:43:12
- Em que sentido?
- No sentido de que ele vai me prender.
:43:16
Não acredita, é? Nem eu.
:43:20
Afinal, agi só no
interesse de vocês...
:43:23
e não acho justo que
só eu deva pagar.
:43:26
- Afinal, o que quer de mim?
- Uma pequena ajuda.
:43:30
Não pra mim. Pra minha família.
Se eles ficarem tranqüilos...
:43:34
aceito agüentar sozinho
todo esse incômodo.
:43:43
- Não abra, venha comigo.
- O que está fazendo aqui?
:43:46
Não quero almoçar sozinho. Tem
um lugar aqui perto, venha comigo.
:43:50
- Não posso deixar aqui, vão roubar.
- Quem é que roubaria um ciclomotor?
:43:54
Tem uns babacas que roubam, pai.
Roubam até peças.
:44:01
- Você foi ver Rosario?
- Fui, sim.
:44:05
Da úItima vez, ele foi embora
magoado, achei uma pena.
:44:08
Ótimo, você fez bem.
E o que vocês conversaram?
:44:13
Nada. Perguntei se ele queria
passar o Natal com a gente.
:44:18
- O Natal?
- Sim, também perguntei...
:44:20
se queria dormir lá
em casa por uns dias.
:44:24
- Fiz mal?
- Não. Mas poderia ter me consultado.
:44:29
- Eu sabia. Errei.
- Eu não disse que você errou.
:44:32
Só falei que preferia
ter conversado antes.
:44:36
- Você ia fazer algo com a tua amiga?
- Serena?
:44:39
Não... sim.
Mas não é esse o problema.