Quills
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:53:00
Eles convenceram-vos a isto?
:53:02
Conquistai os favores do doutor.
:53:04
Devia talhar o meu nome no dorso dele
e encher-lhe as feridas de sal!

:53:10
Estais aqui, em segurança,
rodeado de tijolo e argamassa...

:53:15
...mas a minha prisão é bem
mais cruel. Não tem muros.

:53:19
Apontam para mim e murmuram,
onde quer que esteja.

:53:21
Na ópera, vaiam-me.
:53:23
O padre recusou-se a ouvir
a minha confissão.

:53:26
Disse que eu já estava condenada!
:53:28
Por que tenho eu de sofrer
pelos vossos pecados?

:53:30
É assim com os mártires,
não é?

:53:34
Devolvei-me o anonimato, só peço
isso. Deixai-me de novo invisível.

:53:38
Dizei-me. Haveis feito alguma coisa
para garantir a minha libertação? Não.

:53:43
Rogastes ao tribunal?
Pedistes audiência ao imperador?

:53:46
Ele recusa-se a receber-me!
:53:48
É conveniente ter vosso marido
internado!

:53:50
Já não tendes de levantar
as saias...

:53:52
...nem de rachar a boca
para que eu a use para o prazer!

:53:57
Não sois minha mulher! Sois
um dos meus muitos carcereiros!

:54:01
Em nome de Deus...?
:54:02
Levai esta vaca daqui!
Não posso olhar para ela!

:54:04
Levai-a para a ala ocidental.
:54:06
Para junto das histéricas!
:54:09
Trancai-a também,
para ela saber o que se sente!

:54:12
A górgona! A porca!
:54:30
Para uma mulher de origem humilde,
vossa esposa tem um gosto refinado.

:54:34
Quando sugiro granito,
ela fala de mármore peruano.

:54:39
Mármore peruano.
Custa uma fortuna importá-lo.

:54:41
Tudo o que o coração dela desejar,
Monsieur Prouix.

:54:44
Nada mais me agradaria do que
satisfazer todos os desejos dela.

:54:47
Mas com a modesta soma que me
destes... Sou arquitecto, não mágico.

:54:52
Tenho de falar com o doutor.
:54:54
É um assunto da maior urgência.
:54:56
É costume escrever-se
a requerer uma audiência.

:54:59
O desespero leva-me a ignorar
a etiqueta, e a mergulhar na loucura.


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