Quills
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:55:03
O meu horário não se sujeita
aos caprichos dos lunáticos.

:55:05
Discordo, doutor.
Trabalhais num asilo de loucos.

:55:08
Todas as horas que passais acordado
se gerem pelos loucos.

:55:13
Peço-vos, sede sucinta.
:55:14
Sois novo em Charenton,
não sois?

:55:16
Talvez não conhecais ainda
meu marido e seu caso invulgar.

:55:21
Com o devido respeito, madame...
:55:23
...Franca inteira conhece
vosso marido.

:55:26
Dais-me um momento a sós,
Monsieur Prouix?

:55:29
De bom grado, Senhor.
Sempre às ordens.

:55:31
Senhores.
:55:33
Madame, por favor.
:55:45
Presumo que vindes pedir clemência
para vosso esposo.

:55:49
Ai presumis?
O meu maior desejo, doutor...

:55:53
...é que ele permaneça
enclausurado para sempre.

:55:55
E que quando perecer nas húmidas
entranhas da vossa instituicão...

:55:59
...seja deixado como carniça
para os roedores e os vermes.

:56:03
Já entendi, madame.
:56:06
Se não podeis curá-lo...
:56:08
...curá-lo a sério...
:56:12
...peço-vos, pelo menos, que prendeis
o monstro que lhe assola a alma.

:56:18
Isso não é fácil, madame.
:56:21
Estais decerto consciente
de que custa muito...

:56:25
...acomodar vosso esposo.
:56:27
Pago os encargos dele mensalmente,
mais zelosamente do que devia.

:56:30
Isso mal dá para pagar
o quarto dele...

:56:33
...não resta nem um tostão
para tratamentos adequados.

:56:38
Soporíferos
para lhe subjugar o génio.

:56:41
Freios para o disciplinar,
quando se comporta mal.

:56:45
Se pudésseis reforçar vossos rogos
com os meios para os servir...

:56:49
Não sou uma mulher abastada.
:56:51
Tendes uma pensão, não tendes?
Da venda dos livros dele?

:56:55
É dinheiro manchado, doutor.
:56:59
- Que belo pensamento, Marquesa.
- Que pensamento?


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