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Sabes, May, foi num barco que eu
pedi a Frenchy em casamento.
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Sim, eu sei.
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De repente, ao fim destes anos
todos, não sou o tipo dela.
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- Posso dizer-te uma coisa?
- O quê?
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- Também não és o meu tipo.
- Que porra queres dizer com isso?
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Talvez não tenha sido um disparate
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a Frenchy tentar fazer algo
da sua vida.
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- Ela punha intensidade a mais em tudo.
- E tu pões a menos.
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A vida não é só feita de almôndegas
de peru, sabias?
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Não sei o que dizer. Tenho um mau
pressentimento sobre aquele David.
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É o meu instinto de rua,
mas não consigo confiar nele.
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Eu sei porquê. Porque ele é mais novo
do que tu, mais jeitoso do que tu,
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mais alto do que tu,
mais esperto do que tu,
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muito mais empolgante do que tu...
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Vê lá, não sejas branda comigo!
Eu aguento!
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As mulheres gostam de um bocadinho
de elegância. E mais romântico.
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Se eu pudesse repetir tudo,
havia coisas que faria de outro modo.
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Talvez fosse a mais umas quantas
óperas com a Frenchy,
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sobretudo agora que a Sony
tem uns novos Walkmans.
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Agora que estás separado da Frenchy
nem sequer trabalhas.
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Não trabalho, May,
mas tenho uma ideia para uma coisa.
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- Queria falar contigo sobre o assunto.
- A sério?
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- Mas que casarão!
- E a casa da Chi Chi Potter.