:31:04
Obrigado.
:31:05
Mãe, não deves tomar
os medicamentos com vinho.
:31:07
- Pára com isso, quase não bebi nada.
- Três copos já são demais.
:31:10
Continuas a beber bem, não?
:31:19
- Estava só a brincar!
- Não tem graça.
:31:24
- Mãe, espera.
- Ah, a vida em família!
:31:31
Deixa-me, deixa-me!
:31:35
- Desculpa, Mãe.
- Deviam ser mais indulgentes comigo.
:31:39
Todas as manhãs acordo e penso
''mais um dia que tem de passar''.
:31:42
Bem podia deitar-me no chão
e ficar lá, tanto me faz.
:31:45
Só me apetece morrer,
acabar com tudo...
:31:47
- Pára com isso.
- Mas tu preocupas-te demais.
:31:50
Pois, e aquele idiota que não percebe,
que não se importa. E ele?
:31:55
O que queres que ele faça?
:31:57
Queria um pouco de compreensão, ''sei
que as coisas não estão bem, querida''.
:32:01
Mas não! Se digo que detesto
ir ás compras, diz que não tem comida!
:32:05
Então vai-te embora, nada te impede!
:32:08
Nada? É fácil dizer
quando se tem 20 anos!
:32:11
O que posso fazer? Estou presa!
Não tenho ninguém! Ninguém!
:32:17
- Deixa-o, vai-te embora!
- Não é a altura certa, pára.
:32:29
- Michéle, a tua mãe está mais calma?
- Sim.
:32:33
Não valia a pena teres vindo
se era para estragares tudo.
:32:35
Espera lá, eu é que estrago tudo?
:32:37
Tu chateia-la durante 20 anos
e eu é que estrago tudo?
:32:41
Michéle, por favor. Este almoço era
uma ocasião para nos reconciliarmos.
:32:45
Até elogiei a comida dela!
:32:48
- Eu estou a fazer um esforco.
- Chamas a isso fazer um esforco?
:32:52
Vocês e as vossas conversas
de casais velhos que se odeiam!