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Hoje, quero saber!
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Sim? Chagaste atrasado.
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Estas luvas são para ti.
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Tu não me podes obrigar a fazer nada.
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-Senta-te.
-Não!
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Vou chamar a polícia...
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Sai de cima!
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Isto é abuso de crianças!
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Estás lixado agora!
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Há gente que vai para a cadeia
por aquilo que me fizeste!
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O meu pai costumava fazer um jogo comigo.
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Eu nunca o entendi o que era...
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até que ele morreu.
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Eu estava a guardá-la para alguém.
Nem sequer era minha.
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O jogo era fazer-me sempre mais
pequeno do que o que ele era...
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pequeno, sempre pequeno.
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Não interessa o que eu fazia.
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Ele podia ser quase invisível
como ser humano...
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mas eu tinha que ser ainda mais pequeno.
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Se eu tinha boas notas na escola...
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era um maricas por não jogar futebol.
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Se eu cortasse o cabelo para ele...
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nunca estava curto o suficiente.
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Se eu rapasse a cabeça,
era um anormal.
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Eu nunca ganhei o jogo...nunca.
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E se ele nunca me conseguisse...
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tornar mais pequeno com palavras...
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Tenho que lhe pagar.
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Eu nunca te irei bater.
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Nunca.
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Eu não te quero mais pequeno.
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Eu quero que sejas feliz.
E tu não o és.
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Não aqui comigo, não em
casa com a tua mãe...
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sozinho, ou em parte alguma.
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Tu és aquilo que eu fui
a maior parte da minha vida, Sam.
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Eu vejo nos teus olhos,
quando dormes...
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nas tuas respostas a tudo.
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Tu mal vives.
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Não estou sequer a ouvir.
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E sabes o melhor,
apesar de tudo?
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É que a mudança
pode ser tão constante...
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que nem consegues
notar a diferença...
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até que haja uma.
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Pode ser tão lenta
que tu não sabes...
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se a tua vida é melhor
ou pior até que o é.