:30:00
Tinhas razão, fazê-lo
no escritório foi má ideia.
:30:03
- Ele até me arrepia.
- Vá lá, ele é inofensivo...
:30:31
- Como entrou?
- Não foi difícil.
:30:34
Pediu ao papá
que comprasse o prédio?
:30:37
Bastou uma pequena gorjeta
ao porteiro.
:30:40
A si, talvez; se lhas dou pequenas
cospe-me para os sapatos.
:30:44
Trouxe vodka russa da cara,
de 120 graus.
:30:48
Deixa cair a garrafa
e manda o prédio pelos ares.
:30:52
Não há nada para ler
:30:54
tirando revistas de detectives
e de corridas de cavalos?
:30:57
Tenho um baralho de cartas
com mulheres nuas...
:31:00
Deixe-me adivinhar.
Usa-o para fazer paciências?
:31:04
Andei com a sena de espadas.
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Adoro a sua casa,
é tal como a imaginei:
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uma pocilguinha nojenta.
:31:13
Eu digo ao decorador, foi esse
o ambiente que quisemos criar.
:31:18
Está morto por ver o meu sinal?
:31:21
Se continua no mesmo sítio
desta tarde...
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Isto para mim constitui novidade,
estou habituada a mansões e iates,
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a amantes europeus lindos
que me arrebatam com prendas,
:31:33
mas é curiosamente excitante
:31:35
estar aqui neste pardieiro
com um manga-de-alpaca míope.
:31:41
Há aí um elogio qualquer,
não consigo é perceber onde...
:31:47
Não vai despir a gabardina?
:31:50
Há vinte anos
que não chove cá em casa...