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Ah, isso é a grande comédia da vida.
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O Belmont teve sucesso com o fogo
e morreu com o fogo.
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O teu patrão nunca se deslocava
sem os guarda-costas.
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Tinha mais receios além
dos fantasmas, não tinha?
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É verdade,
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a partir de uma certa altura
parecia ter medo de alguma coisa.
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Não se metia um pouco em assuntos
algo duvidosos?
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Mais recto do que ele
era impossível.
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Tinha defeitos, claro,
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mas merecia bem que bebessemos
á sua saúde.
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Que defeitos?
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Vou dizer-te.
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Só uma coisa no mundo interessava
ao Belmont:
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ele próprio.
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Que queres dizer?
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Era um pouco como um pintor,
se quiseres!
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Só que o seu quadro era ele próprio.
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Era casado?
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Ah, sim, sim!
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Com o seu umbigo.
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Que se passa?
- Ah! A rotina.
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Um operário que pega fogo.
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Aqui também se fabrica pólvora.
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As nossas roupas estão cheias.
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Espera, espera. Quando o raio
caíu sobre Belmont,
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ele ardia como uma tocha.
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Talvez o seu casaco estivesse
impregnado de pólvora.
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Estás a brincar ou quê?
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Os redingotes dele eram
muito bem escovados
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todas as noites pelas lavadeiras.
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Era preciso um esquecimento danado
para ficar alguma pólvora na roupa.
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Não devias esquecer-te de mim
na lista dos suspeitos!
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Um canhão que me explodiu nas
entrepernas em Austerlitz.
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Pequena "deficiência técnica".
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Obrigado, senhor Belmont!