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Cortar-vos as pálpebras.
Isso!
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Vou ficar a ouvir-vos gritar, coirões.
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Uma doce melodia
para os meus ouvidos.
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É claro!
Vamos fazê-lo no hospital.
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Com médicos e enfermeiras, para que
não se apaguem demasiado depressa.
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E sabem qual vai ser a melhor parte?
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Quando vocês, minhas bichas,
com as pálpebras cortadas
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mo virem a fazê-lo.
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Vão ver-me a aproximar o charuto,
cada vez mais...
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dos vossos olhos arregalados...
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até se passarem completamente.
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Mas não tão depressa...
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Quero que dure muito,
muito tempo.
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Quero que saibam que sou eu,
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sou eu que vos estou a fazê-lo.
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Eu!
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Aquele psiquiatra maricas?
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Santíssima ignorância!
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E aquele escarro bêbado de juíz!
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Um cara de cu arrogante!
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"Não julgues
para não seres julgado!"
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Estão todos mortos, cabrões,
no dia em que sair desta latrina!
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Garanto-vos que vão lamentar
o dia em que me conheceram!
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De algum modo,
na visão do mundo actual,
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é fácil pensarmos que a ciência
ocupou o lugar de Deus.
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Mas alguns problemas filosóficos
continuam a ser perturbantes.
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A questão do livre-arbítrio,
por exemplo.
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Já cá anda há muito tempo...
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mesmo antes de Aristóteles,
em 350 a. C.
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Santo Agostinho, São Tomás de Aquino,
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questionavam como poderemos ser livres...
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se Deus sabe sempre, antecipadamente,
aquilo que vamos fazer.
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Sabemos que o mundo se rege de acordo
com algumas leis físicas fundamentais,
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leis que regem o comportamento
de todas as coisas no mundo.
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Ora, tais leis, por serem tão fiáveis,
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proporcionam incríveis
realizações tecnológicas.