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Estamos a veder muitos fatos de protecção
química, com as luvas e os capuchos.
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E estamos a vender
muitas máscaras de gás.
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Vou levar uma para mim e
outra para o meu cão.
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Dennis Marks e a mulher têm estado
a fazer um stock de provisões:
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armas, munições.
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No Wal-Mart a venda de armas aumentou
70% depois do 11 de Setembro,
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e a venda de munições 140%.
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Em Dallas, faz-se tiro ao alvo
com imagens do Ossama Ben Laden.
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Nos meses que seguiram os ataques de 11 de
Setembro, nós americanos, partilhámos o mesmo medo.
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Nenhum de nós sabia se não iria morrer
às mãos dos malfeitores,
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ou se não estaríamos sentados ao lado de um louco
que se preparasse para incendiar os sapatos.
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A ameaça parecia muito real.
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Se calhar é paranóia, mas eu
não vou correr riscos. É isso.
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Vou-me proteger, a mim
e à minha família.
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O nosso medo crescente transformou-se
em lucros generosos para outros.
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Mike Blake aumentou em 30% a venda
de alarmes durante o último mês.
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Ele acredita que as pessoas com que tem contactado
não ultrapassam o que aconteceu a 11 de Setembro.
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Porque razão temos tanto medo?
Porque há muita gente a ganhar muito dinheiro,
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e a fazer carreira graças a estas coisas.
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Isso gera um interesse crescente
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e muita actividade para nos
manter no medo.
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E que melhor maneira de combater terroristas
armados com facas do que encomendar
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um número recorde de aviões
de combate à Lockheed?
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Sim, todos se sentiram mais seguros. Especialmente
quando o exército repeliu a manif. em Park Avenue.
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Mas a principal vantagem de uma
opinião pública aterrorisada,
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é que os líderes políticos e económicos
acabam por se sair sempre bem.
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Não conheço melhor exemplo...
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de um governo auto-suficiente...
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que a administração Bush...
e a Enron.
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Não sabia muitas coisas depois do
atentado ao World Trade Center.
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Mas uma coisa era certa: antes ou depois
do 11 de Setembro, uma polpulação
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descontrolada pelo medo não
deveria ter armas nem munições à mão.