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A Hylene era uma assassina do governo
e isso era como brincar com o fogo.
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O Damien não gostava que nos déssemos
com agentes federais.
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Mas que importava? Eu estava apanhado.
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Ela nem sequer admitia
que trabalhava para o governo.
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Disse-me que, oficialmente,
não trabalhava para ninguém.
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Oficialmente, nem sequer existia.
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O que até era bem fixe.
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Porque ela tinha licença para matar...
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e podia matar quase toda a gente,
sem ser apanhada.
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Mas a Hylene não era assim.
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Ela andava neste jogo há mais tempo que eu...
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e começava a afectá-la.
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Às vezes, ela ficava fora
durante várias semanas seguidas.
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Eu ficava louco enquanto ela estava fora.
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Mas, de repente, ela regressava
e ficávamos novamente inseparáveis.
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Muitas vezes, regressava de um trabalho
e tomava duche e lavava as mãos sem parar,
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como se tentasse lavar alguma sujidade
que estivesse entranhada para sempre na pele.
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Depois, queria dormir
e agarrar-se a mim durante horas a fio.
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Sabem uma coisa?
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A maioria das vezes, eu nem suportava
que uma mulher me abraçasse.
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Mas com a Hylene, não me importava.
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Pela primeira vez na vida,
eu sentia que era necessário.
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Era uma sensação boa. Era diferente.
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Ela também me fez pensar na minha profissão,
pela primeira vez.
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Um dia, depois da Hylene partir,
vi um filme sobre um velho cowboy...
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que fora um assassino brutal
e se tornara num criador de porcos.
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Ele ia cometer o seu último assassínio.
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Durante todo o filme, este cabrão dizia:
''Eu já não sou assim.''
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Enquanto os outros cowboys lhe diziam
como ele fora mau no passado.
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Durante todo o filme, esperei que ele
começasse a matar outros tipos...
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e quando o fez, não fiquei entusiasmado.
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Fiquei com pena do tipo.
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Ele só queria ser uma pessoa normal,