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À chuva e ao Sol lutámos por ti.
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Alguns de nós já entrámos
em cinquenta batalhas.
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Matámos muitos bárbaros.
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E agora olho à volta,
e quantas das caras deles vejo?
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E queres tu que combatamos mais
das tribos de macacos a Leste?
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Ouvimos falar de milhares
de elefantes,
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de atravessar mais cem rios...
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Bom Crateros...
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Quem melhor que tu para falar,
ó mais nobre entre os homens?
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Sabes que não há parte de mim
sem cicatrizes ou ossos partidos,
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por espada, faca, pedra,
catapulta ou maça;
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partilhei convosco
todas as agruras.
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E é por isso que te adoramos,
meu Rei!
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Mas por Zeus, demasiados morreram!
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Tu não tens filhos, Alexandre,
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e nós somos só gente humilde
que não quer irar os deuses.
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E só queremos ver
os nossos filhos.
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E as mulheres e os netos,
uma última vez,
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antes de nos juntarmos aos nossos
irmãos na casa chamada Hades.
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Sim, Crateros, estás certo.
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Tenho sido negligente.
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Devia ter-vos mandado embora
mais cedo, e vou mandar.
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Os primeiros a ir
serão os Escudos de Prata,
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depois todos os que serviram
sete anos,
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com pensões pagas pelo Tesouro.
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E respeitados, ricos, amados,
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sereis tratados por mulheres
e filhos como heróis
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durante o resto das vidas.
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E gozareis uma morte tranquila.
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Mas sonhas, Crateros!
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A vossa simplicidade acabou
ao terdes mulheres e filhos persas
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e aumentardes o vosso pecúlio
com saques e jóias,
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pois apaixonastes-vos pelas coisas
da vida que destroem os homens!