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Tive o pesadelo pavoroso
que tinha 32 anos
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e depois acordei e tinha 23,
que alívio...
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Depois acordei a sério e tinha 32.
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- Medonho.
- Acontece.
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O tempo passa cada vez
mais depressa. Aparentemente,
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não renovamos as
nossas sinapses, depois dos 20,
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e as capacidades vão-se deteriorando.
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Eu gosto de envelhecer. Sente-se que
a vida,
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sei lá, é mais imediata, que posso
apreciar mais as coisas.
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Eu também. E adoro isso.
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Em tempos,
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toquei bateria numa banda.
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Éramos muito bons.
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Mas o vocalista estava obcecado
em conseguir um contrato de gravação.
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Só falávamos nisso.
Só pensávamos em espectáculos.
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Estava sempre tudo
concentrado no futuro. E, agora,
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a banda
já nem sequer existe.
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Recordar os espectáculos que fizemos,
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até os ensaios, era tão divertido...
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Agora seria capaz de apreciar cada
minuto. Posso dar uma fumaca?
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O teu livro foi publicado,
isso é muito importante,
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e tu viajaste por toda a Europa com
ele. Estás a apreciar cada minuto?
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Nem por isso.
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Tens outro cigarro?
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No meu trabalho
vejo pessoas que
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começam com grandes
visões idealistas
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de se tornarem o novo líder
que criará um mundo melhor.
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Eles apreciam o objectivo
mas não o processo.
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Mas a realidade é que
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o verdadeiro trabalho de
melhorar as coisas
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está nas pequenas
realizacões de cada dia.
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E é isso que tens de apreciar
para te manteres nesse campo.
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Onde queres chegar?
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Eu estive a trabalhar numa organização
que ajudava aldeias no México.
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A preocupação deles era como fazer
chegar os lápis enviados
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às crianças nas escolas da província.
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Não eram grandes ideias revolucionárias,
eram os lápis.
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Vejo pessoas que trabalham no duro,
e o que é muito triste
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é que os mais devotados, esforçados