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e capazes de tornar o mundo melhor
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geralmente não têm o ego
e a ambicão de serem líderes.
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Não têm interesse nenhum
em recompensas superficiais.
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Não Ihes interessa que o seu nome
apareça na imprensa.
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Gostam de ajudar os outros.
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- Vivem o presente.
- Mas é tão difícil
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viver o presente...
Eu sinto que
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estou destinado
a estar insatisfeito com tudo.
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Estou sempre a tentar melhorar
a minha situacão.
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Satisfaço um desejo,
e isso cria outro.
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Mas depois penso, que diabo,
o desejo é o que motiva a vida.
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Achas que é verdade que,
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se nunca quiséssemos nada,
nunca seríamos infelizes?
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Não sei. Não querer nada não é
um sintoma de depressão?
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É isso, não é?
É saudável ter desejos.
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Não sei. É o que os budistas
dizem, não é?
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Liberta-te do desejo e descobrirás
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- que já tens tudo que precisas.
- Mas eu sinto-me viva
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quando quero
mais do que as necessidades básicas.
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Querer, seja intimidade com outrem
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ou uns sapatos novos, é lindo.
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Gosto que tenhamos esses
sempre renovados desejos.
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Talvez seja apenas um sentido
de direito.
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Como sempre que sentes que mereces
esse novo par de sapatos.
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É bom que queiras coisas desde que não
fiques chateada se não as conseguires.
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A vida é difícil. É suposto ser.
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Se não sofrêssemos,
não aprenderíamos nada.
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Tu és budista?
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- Não.
- Não? Porque não?
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Não sei. Pela mesma razão que
não me considero ligado a nada.
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Eu sei. Há muito que decidi
que ia estar aberta a tudo,
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mas que não ia alinhar
em nenhum sistema único.
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Há anos fui a um mosteiro Trapista.
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Trapista?
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Sim, são católicos,
da Ordem de Cister...
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- Porque fizeste isso?
- Tinha andado a ler umas coisas.
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Pensei que seria interessante.
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Já passaste algum tempo
com monges ou freiras?
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Não. Não é o meu género.