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Lembravas?
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As mulheres fingem esquecer
essas coisas.
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Ai, sim?
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Que era suposto eu dizer?
Que me lembro do vinho no parque
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e de vermos a estrelas desaparecerem,
enquanto o sol nascia?
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Fizemos amor duas vezes, idiota!
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Estou muito feliz por te ver.
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Mesmo que te tenhas tornado
uma activista maníaco-depressiva.
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Continuo a gostar de ti,
a gostar de estar contigo.
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E eu sinto o mesmo.
Desculpa. Não sei o que se passou.
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- Eu tinha de desabafar.
- Não te preocupes com isso.
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Sou tão infeliz na minha vida amorosa,
na minha relacão.
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Procedo sempre como se estivesse
distante.
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Mas estou a morrer por dentro. Estou a
morrer porque estou entorpecida.
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Não sinto dor ou excitacão.
Nem sequer sou amarga...
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Pensas que és só tu que morres
por dentro?
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A minha vida é incessantemente má.
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Sinto muito.
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Eu só me sinto feliz
quando saio com o meu filho.
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Fui a um conselheiro matrimonial,
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fiz coisas que nunca pensei
que teria de fazer.
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Acendi velas, comprei livros de
auto-ajuda, lingerie...
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- As velas ajudaram?
- Não.
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Eu não a amo da maneira
que ela necessita ser amada.
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Nem sequer acredito no nosso
casamento,
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mas, depois, olho para o meu garoto,
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sentado à mesa diante de mim,
e penso que sofreria qualquer tortura
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para estar com ele, todos
os minutos da vida dele.
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Não quero perder nem um.
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Mas não há alegria nem riso
na minha casa,
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- e eu não quero que ele cresça assim.
- Não há riso? Isso é horrível.
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Os meus pais estiveram casados,
35 anos,
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e depois de uma briga riam como loucos.
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Não quero ser um desses homens
que se divorciam, aos 52 anos,
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admitindo que nunca amaram a mulher
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e que a sua vida tinha sido
sugada por um aspirador.
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Eu quero ter uma vida feliz,
quero que ela tenha uma vida feliz,
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ela merece isso.
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Vivemos um casamento baseado
em responsabilidades,