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em ideias de como é suposto
as pessoas viverem.
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Depois tenho estes sonhos...
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Que sonhos?
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Tenho estes sonhos...
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Estou numa plataforma,
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e tu passas num comboio...
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E passas, e passas, e passas.
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E acordo ensopado em suor.
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E, depois, tenho outro sonho
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onde tu estás grávida,
deitada ao meu lado, nua.
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Quero tanto tocar-te, mas tu dizes-me
que não e afastas o olhar.
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E eu toco-te na mesma,
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no tornozelo, e a tua pele é tão macia
que eu acordo a soluçar.
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A minha mulher está a olhar para mim,
e eu sinto que estou a milhas dela.
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Sei que há algo errado,
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que não posso continuar a viver assim
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que o amor tem de ser algo mais
que um compromisso.
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Mas, então, penso que posso
ter abdicado
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da ideia de amor romântico,
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tê-la posto de parte,
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naquele dia
que tu não apareceste.
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Penso que posso ter feito isso.
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Porque me dizes tudo isto?
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Desculpa. Não sei.
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Não devia ter falado.
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É tão estranho,
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as pessoas pensam
que são as únicas que têm problemas.
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Quando li o artigo
pensei que a tua vida era perfeita.
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Uma mulher, um filho,
livros publicados.
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Mas a tua vida pessoal
é mais caótica do que a minha.
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Desculpa.
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Ainda bem que isso te faz rir.
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É aqui que moras?
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Estás aliviada por a minha vida
ser ainda pior que a tua?