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Mas eu... Eu chamo-os de cães,
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e se lamberem o seu próprio vómito,
a única forma de pará-los é com o chicote.
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Mas os cães só obedecem
à sua própria natureza.
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Então, porque não poderíamos perdoá-los?
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Aos cães pode-se-lhes
ensinar muitas coisas úteis,
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mas não se os perdoarmos de cada vez
que obedecem à sua própria natureza.
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Então sou arrogante.
Sou arrogante porque os perdoo?
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Meu Deus...
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Não vês o quão condescendente
és quando dizes isso?
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Tens este preconceito de que ninguém
escuta, ninguém pode alcançar
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os mesmos altos padrões éticos que tu,
então tu exonera-los.
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Não posso pensar em nada
mais arrogante que isso.
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Tu, minha filha... minha querida filha,
perdoas os outros com desculpas
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que nunca na vida
permitias para ti.
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Porque não deveria ser compassiva?
Porquê?
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Não, não! Deves ser compassiva,
quando for o momento de ser compassiva.
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Mas deves manter a tua própria regra.
Deves-lhes isso. Deves-lhes isso.
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O castigo que mereces
pelas tuas transgressões,
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eles merecem pelas
suas transgressões.
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São seres humanos.
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Não, não, não... Cada ser humano deve
ser responsável pelos seus actos?
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Claro que sim.
Mas nem sequer lhes dás essa oportunidade.
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Tudo isso é extremamente arrogante.
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Adoro-te. Adoro-te.
Adoro-te até à morte.
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Mas és a pessoa mais
arrogante que já conheci.
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E chamas-me de arrogante!
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Não tenho mais nada a dizer.