:22:01
Eu matei-o.
:22:04
Emilio era o seu peixinho dourado.
:22:06
Emilio era o meu peixinho dourado.
:22:09
Ela entrou a correr no meu quarto,
segurando o peixe na mão e a gritar,
:22:13
"Papá. Papá.
O Emílio está morto!"
:22:19
E eu disse: "Verdade?
Bem, isso é muito triste.
:22:23
E como morreu ele?"
:22:25
E o que disseste?
:22:27
Eu pisei-o
:22:28
Na realidade, pequena... a expressão
que estrategicamente usaste foi:
:22:34
Eu pisei-o acidentalmente.
:22:38
À qual eu respondi,
:22:40
"E como foi que o teu pé pisou
acidentalmente..."
:22:43
...no aquário do Emilio?
:22:45
E ela disse: Não, não. O Emilio estava
no tapete quando eu o pisei.
:22:51
A história complica-se.
:22:54
E como foi que o Emilio foi parar ao tapete?
:22:59
E a mamã... terias ficado
muito orgulhosa dela...
:23:04
Porque tu não me mentiste.
:23:07
Disseste que tinhas tirado
o Emilio do seu aquário...
:23:11
e o tinhas posto... no tapete.
:23:15
E o que fazia o Emilio no tapete?
:23:20
Estava a bater com as barbatanas.
:23:23
- E então tu pisaste-o.
- Continua...
:23:27
E quando levantaste o pé...
:23:31
o que você estava a fazer
com o Emilio?
:23:33
Nada.
:23:35
Ele deixou de bater as barbatanas, não foi?
:23:40
E logo disseste-me que...
:23:43
bem no segundo
em que levantei o pé...
:23:45
eu vi que o Emilio já não batia as barbatanas...
:23:47
sabia o que tinha feito.
:23:50
Não tem uma imagem visual
melhor do que a vida e a morte.
:23:54
Um peixe a bater as barbatanas no tapete...
e o peixe a não bater as barbatanas no tapete.