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Se existe magia no boxe,
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é a magia de travar batalhas acima da
própria resistência,
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acima de costelas partidas,
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rins partidos e retinas descoladas.
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É a magia de arriscar tudo por um sonho
que só tu vês.
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- Vamos, trabalha os pés.
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- Assim mesmo. Assim mesmo.
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- Mãos para cima!
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- Jab, jab!
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Os vencedores são aqueles que fazem
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o que os perdedores não querem.
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- Ei, pancadinha?
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- Ei, Pancadinha. Anda cá um minuto, pá.
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- Acho que encontrei alguém que
podes derrotar.
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- Eu não luto com mulheres.
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- Porque não? É perfeito.
E sabes porquê?
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- Porque ela...
Ei, tu!
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Tu podias lutar com ele,
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e beijá-lo, e lutar com ele ao
mesmo tempo.
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- Isso é bonito. Parece poesia.
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- Parece poesia?
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- Andaste a ler essas bostas.
- Obrigado, mano.
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- Isto é uma miúda?
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- Deixa que te diga.
Acho que tens razão.
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- Olha estas maminhas minúsculas.
Parecem picadas de mosquito.
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- Quase não dá para encher a boca.
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- Eu vi o teu último combate,
Shawrelle...
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- Passaste tanto tempo a
beijar a lona...
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...que pensei que a lona tinha mamas.
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- A lona tinha mamas?
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- Ei, olha para mim, sou o Shawrelle!
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- Só estou a "espetar" a lona,
a "espetar" no chão.