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ter pessoas por detrás das câmaras
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que compreendam bem as mulheres.
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Éramos uma equipa muito feminina.
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Tínhamos três produtoras,
uma realizadora,
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uma responsável pelo guarda-roupa,
uma cenógrafa,
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uma assistente de produção...
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A equipa de produção era inteiramente
composta por mulheres.
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Sou uma cineasta independente
que, por acaso,
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não por política ou por vontade,
mas que trabalha com mulheres
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cerca de 90% das vezes,
há muitos, muitos anos.
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É assim que gosto de trabalhar
e o resultado é este.
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Crio uma "família cinematográfica"
ao longo dos anos.
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Mas suponho que isso não é
muito comum em Hollywood.
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Acho que sempre que uma mulher
vai para detrás de uma câmara,
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acabamos por descobrir que o trabalho
delas transcende tudo.
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As mulheres são produtores,
realizadoras, argumentistas...
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Precisamos de mais assim.
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Acho que as produtoras
compreendem,
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quando fazemos um filme
para um público feminino
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o que esse público quer.
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Há uma sensibilidade feminina
e masculina.
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Acho que homens e mulheres
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têm equilíbrios diferentes
destas características
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e, assim, trazemos estilos
diferentes ao trabalho.
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Procura levar-me
a cometer uma indiscricão?
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Gostava que a levasse?
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Homem algum já o conseguiu.
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O interessante é que a Reese e a Mira
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são chefes de família,
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são mães, são esposas.
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E aqui estamos nós, com um elevado
grau de responsabilidade.
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Acho que, quando isso acontece,
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há uma eficiência na forma
como se trabalha.
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A Mira é uma pessoa fantástica,
houve sempre crianças à nossa volta.
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Ninguém se sentiu culpado.
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Na realidade, fomos encorajadas
a trazer as criancas.
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Ela deixava-as sentarem-se
em frente ao monitor.
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E acho que tudo isso
foi muito bom.