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Aquele meu vizinho gordo e bolboso,
o senhor...
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- Preysing.
- A menina, não.
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Não.
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Trabalho.
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- Ele canta?
- Espero que não.
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- Não estava a tocar algo?
- Sim. A máquina de escrever.
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- É uma pequena estenógrafa.
- Sim, sou uma pequena estenógrafa.
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Isso é fascinante.
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Por acaso, não anotaria
o que lhe ditasse um dia destes?
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- E que tal um chá?
- O chá dar-me-ia cabo do apetite.
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Só faço uma refeição por dia
e não a quero estragar.
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- Está a fazer dieta?
- A fazer dieta?
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Eu? Preciso?
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Não. É perfeita.
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Acho que nunca...
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Mas porque só uma refeição por dia?
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- Dinheiro. Já ouviu falar?
- Sim, vagamente.
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Mas sempre pensei que as estenógrafas
ganhassem dinheiro.
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- Muito pouco.
- Que pena.
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Alguma vez viu uma estenógrafa
com uma roupa decente?
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De facto, já.
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Uma que tivesse sido ela a comprar?
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Estou a percebê-la. Pobrezinha.
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- Gostava de estar livre esta noite.
- Não está?
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- O quê?
- Livre.
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Não, raios, não estou.
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Mas temos sempre amanhã.
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- A que horas amanhã?
- Às 17:00, lá em baixo.
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Lá em baixo aonde?
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No salão amarelo engraçado onde dançam.
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Você é engraçado.
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- Amanhã?
- Claro.
:15:45
A sério?
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Dançaremos?
:15:51
Está bem. Dançaremos.
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Será que posso recordar ao Barão
a promessa...