1:08:01
- Vá-se embora. É um chato.
- Não gosta de me ver a divertir-me.
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Quando um homem se mata a trabalhar,
é isso que recebe.
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Não se importa se um homem
consegue viver do ordenado ou não.
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Tem um ordenado de escala muito normal
e o subsídio de baixa.
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Que escala e que subsídio.
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Quando adoeci durante quatro semanas,
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enviou-me uma carta a dizer
que seria despedido...
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se estivesse doente mais tempo.
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Escreveu-me essa carta ou não?
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Não faço ideia das cartas que escrevo.
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Sei que está aqui, no Grand Hotel,
a viver como um lorde.
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Provavelmente fez um desfalque.
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- Um desfalque!
- Sim, um desfalque.
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Vai retirar o que disse!
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Aqui, na presença desta jovem!
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Com quem pensa que está a falar?
Acha que não presto?
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Se não presto, presta muito menos...
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o Sr. Magnata da Indústria Preysing!
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- Está despedido. Saia!
- Não lhe pode fazer isso.
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Não o conheço nem sei o que quer.
Nunca o vi antes.
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Eu conheço-o.
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Tratei da sua contabilidade
e sei tudo sobre si.
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Se um dos seus empregados
tivesse metade da sua estupidez,
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- como o senhor tem em grande...
- Que quer dizer?
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Cavalheiros, por favor! Por favor!
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Parem com isso!
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- Está despedido! Ouviu?
- Espere!
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Não me pode despedir.
Sou o meu próprio patrão,
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pela primeira vez na vida.
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Não me pode despedir. Estou doente.
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Vou morrer. Percebe?
1:09:34
Vou morrer
e já ninguém me pode fazer nada.
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Já nada me pode acontecer.
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Antes de poder ser despedido,
estarei morto!
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O homem é doido. Não o conheço. É chato.
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- Barão!
- Desculpe.
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- Que foi? Que lhe aconteceu?
- Ele está doente.
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- Lamento, Barão.
- Pobre velho Kringelein. Você está bem.