Shadow of a Doubt
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:15:02
Charlie, como pudeste ficar feliz
por ver o teu tio num comboio?

:15:05
Deus sabe que eu não quero
vê-lo num comboio.

:15:07
Espero que fique cá para sempre.
:15:09
Bem, um dia terá de partir.
:15:10
Todos sabemos que terá de partir
um dia. Há que enfrentar os factos.

:15:14
Eu gosto de pessoas
que enfrentam os factos.

:15:16
Bem, nós não vamos enfrentar
nenhum desses factos.

:15:20
- Queres ver a banda desenhada?
- Sou muito crescida para isso.

:15:24
Eu leio dois livros por semana.
Jurei que fazia isso.

:15:27
Além disso, nesta família,
ninguém pode ler à mesa,

:15:30
não é boa educação.
- Não corrijas os mais velhos!

:15:32
Ela tem razão, Emmy.
Estou a esquecer-me das maneiras.

:15:34
Joe, tu é que tens a culpa disto.
Roger, vai ao frigorífico

:15:38
e traz uma garrafa vermelha
grande que lá está.

:15:42
Pode deitar o jornal fora.
O Pai já o leu e o Tio também.

:15:45
Hoje não é preciso
fazermos jogos com ele.

:15:48
Ann, ajuda a Charlie a levar
os legumes para dentro.

:15:51
Eu vi aquela garrafa
quando estava a tirar o jantar.

:15:53
É como disse São Paulo:
:15:55
''Bebam um pouco de vinho
para o bem do vosso estômago.''

:15:57
Vinho ao jantar,
parece tão alegre!

:15:59
Charles, lembras-te de quando
a mais velha dos Jones casou

:16:03
e eles beberam champanhe?
- Isto é borgonha.

:16:05
Bem, um golo
e vou trocar tudo.

:16:09
Talvez seja melhor não beber.
:16:11
Importado.
:16:13
Importado. O Frankie
e os seus tweeds.

:16:16
- A bengala complicada dele.
- Os complicados todos.

:16:25
Roger, vai ao armário e traz quatro
daqueles copos pequenos e finos.

:16:29
Charles, prometi à sra. Greene,
a presidente do nosso clube,

:16:31
que falarias às senhoras
e ela quer saber sobre que vais falar.

:16:34
Sobre que vou falar?
:16:36
Os palestrantes costumam falar
de viagens ou de banalidades...

:16:39
De banalidades, não.
Isso conhecemos nós.

:16:42
Que tipo de público vai ser?
:16:43
Mulheres como eu, ocupadas com
as suas casas, a maior parte de nós.

:16:46
Em terras como esta, as mulheres
mantêm-se ocupadas.

:16:49
Nas cidades, é diferente.
As cidades estão cheias de mulheres,

:16:52
viúvas de meia idade,
maridos mortos.

:16:53
Maridos que passaram a vida
a fazer fortuna,

:16:57
a trabalhar sem parar. Morrem
e deixam o dinheiro às mulheres.


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