:24:01
Há tanta coisa que tu não sabes.
Tanta.
:24:04
O que é que tu sabes?
:24:06
Não passas de uma rapariga vulgar
que vive numa cidadezinha vulgar.
:24:09
Acordas todas as manhãs
da tua vida
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e sabes perfeitamente que não há
nada no mundo que te perturbe.
:24:14
Vives os teus diazinhos vulgares
e, à noite,
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tens um sono tranquilo e vulgar,
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cheios de estúpidos sonhos de paz.
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E eu trouxe-te pesadelos.
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Ou não? Terá sido uma pequena
mentira inexperiente e parva?
:24:31
Tu vives num sonho.
És uma sonâmbula, uma cega.
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Que sabes tu sobre
o mundo?
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Sabes que o mundo
é um chiqueiro?
:24:39
Sabes que, se rasparmos as frentes
da casa, só encontramos sujidade?
:24:43
O mundo é um inferno!
Que importa o que acontece nele?
:24:45
Acorda, Charlie! Usa a tua
inteligência. Aprende alguma coisa!
:24:49
Já te vais embora, Charlie?
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- Charlie, ajudas-me?
- Ajudá-lo?
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Corre-nos o mesmo sangue
nas veias, Charlie.
:25:14
Há uma semana,
eu estava no meu limite.
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Estou tão cansado, Charlie.
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Há um limite
para as fugas de um homem.
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Nunca saberás o que é
estar tão cansado.
:25:24
Eu ia...
:25:28
Depois, tive a ideia
de vir para aqui.
:25:32
É a minha última oportunidade,
Charlie.
:25:34
Dá-ma.
:25:37
O Graham e o outro tipo...
Eles não sabem.
:25:39
Há um homem no leste.
Eles também suspeitam dele.
:25:41
Se o apanharem, eu...
:25:43
Dá-me esta última oportunidade.
:25:45
Agarre a oportunidade e vá.
:25:48
Eu vou, Charlie. Eu vou.
Dá-me só alguns dias.
:25:51
Pensa na tua mãe.
Isso mataria a tua mãe.
:25:54
Sim, mataria a minha mãe!
Fique alguns dias.
:25:58
E depois vá-se embora.