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Nesse caso,
nao a teria empurrado sem parar.
:33:04
Estás a subir o desfiladeiro.
Tens a mao esquerda no volante.
:33:10
Sim, continua.
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Ela está a dizer-te
que nao fez nada de mal.
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Poes o braço direito
no pescoço dela.
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Chegas a um ponto deserto da estrada
e começas a apertar.
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Foste soldado. Sabes judo. Podes
matar alguém sem usar as maos.
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Estás a conduzir
enquanto a estrangulas.
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Nao vìs os olhos arregalados
nem a língua pendurada.
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Vá, Brub, aperta com mais força.
Tu ama-la e ela enganou-te.
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Odeia-la.
Ela despreza-te.
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Ela impressiona-se com celebridades.
Quer livrar-se de ti. Aperta.
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Mais força.
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Aperta com mais força.
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É bom sentir a garganta dela
esmagada debaixo do braço.
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-Brub, pára!
-Nao te magoei, pois nao?
:34:04
Nao.
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Estás convencido?
:34:12
Acho que sim.
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Pois eu nao.
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Esqueceu as minhas maos. Podia
arrancar-lhe os olhos antes de morrer.
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Mas nao o fez. O instinto
levou-a a libertar-se do braço.
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Foi quando perdeu a luta,
como a Mildred.
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-Pensou bastante no assunto.
-Tenho muita experiìncia nisto.
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Matei dezenas de pessoas,
em filmes.
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Nao, nao fui eu.
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Seria incapaz de atirar
um corpo bonito de um carro.
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O temperamento artístico
nao o permite.
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Nao, claro.
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Os artistas criativos tìm respeito
por cadáveres. Tratamo-los com honra.
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Pomo-los em camas fofas, em tapetes
felpudos e no fundo de escadas...
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...mas seríamos incapazes de atirá-los
de um carro como beatas.