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Não, foi silêncio.
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E pelo meu silêncio,
sou punido com a prisão.
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-Porque fui de novo chamado?
-É acusado de alta traição.
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Cuja pena não é a prisão.
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A morte...
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toca-nos a todos.
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Sim, até mesmo aos reis.
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A morte dos reis não está em questão.
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Nem a minha, espero,
até se provar a minha culpa.
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A vossa vida está nas vossas mãos,
como sempre esteve!
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Está mesmo?
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Então, vou agarrá-la bem.
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Mantendes o vosso silêncio?
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Sim.
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Porém, senhores jurados,
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há muitos tipos de silêncio.
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Consideremos primeiro
o silêncio de um morto.
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Suponhamos que entramos no quarto
onde está deitado e ouvimos.
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Que ouvimos?
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Silêncio.
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Que representa este silêncio?
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Nada. É o silêncio puro e simples.
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Mas vejamos outro caso.
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Suponhamos que tirava o punhal
da minha manga...
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e apunhalava o preso.
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E aqueles cavalheiros, em vez de gritarem
para eu parar, mantêm silêncio.
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Isso representaria algo!
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Representaria uma intenção de o fazer.
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E sob a lei, seriam meus cúmplices.
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Assim, o silêncio pode,
conforme as circunstâncias...
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falar.
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Consideremos agora as circunstâncias
do silêncio do preso.
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Por todo o país, súbditos leais
prestaram juramento e declararam...
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ser justo e bom o título de Sua Majestade!
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Mas quando chegou a vez do preso,
este recusou!
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Chama a isto "silêncio".
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Mas há algum homem neste tribunal...