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Como aquela Julieta dos Espíritos
ou o Satyricon.
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Achei incrivelmente... complacentes.
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Mas é mesmo. É um dos realizadores
mais complacentes.
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A palavra-chave aqui é complacente.
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Sem querer estar a...
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- Porque é que estás deprimida?
- Faltei â análise. Não acordei a tempo.
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- Como é que pudeste não acordar?
- O despertador.
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Sabes que isso é agressividade
contra mim?
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Sei. Por causa do nosso
problema sexual, não é?
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Toda a gente no New Yorker tem de saber
quantas vezes fazemos amor?
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É como o Samuel Beckett.
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Admiro-lhe a técnica,
mas não me agarra ao nivel visceral.
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- Eu é que o agarrava ao nivel visceral.
- Pára, Alvy!
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Está-me a cuspir no pescoço.
Cospe-me quando fala.
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És tão egoista que se falto
â minha análise
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só pensas no modo como isso
te afecta a ti.
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Weltanschauung é o que é.
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Se calhar é a primeira vez
que saem juntos.
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Devem-se ter encontrado por anúncio
na secção de livros do New Yorker.
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"Universitário trintão
deseja conhecer mulher
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interessada em Mozart,
James Joyce e sodomia."
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O nosso problema sexual? Sou bastante
normal para um tipo de Brooklyn.
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Está bem, desculpa. O meu problema
sexual. O meu problema sexual.
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Nunca li. É romance do Henry James?
É a seguir ao "Parafuso sem Fim"?
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É influência da televisão.
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O Marshall McLuhan trata a
questão em termos de alta...
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alta intensidade.
Está a perceber? Um medium quente...
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O que eu dava por um belo peúgo
cheio de estrume.
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Que é que se faz quando se fica entalado
na fila do cinema com um tipo destes?
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Mas não posso dar a minha opinião?
Isto é um pais livre.
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Tem de ser tão alto? Não tem vergonha
de se pôr assim a pontificar?
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E o mais engraçado é que não faz ideia
nenhuma do que diz o McLuhan.
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Ai é? Por acaso até dou uma cadeira em
Columbia sobre "TV, Media e Cultura".
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E acho que as minhas ideias sobre
o sr. McLuhan têm imensa validade.
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Ai, acha? Calha bem,
porque tenho aqui o sr. McLuhan.
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Ora venha cá... Chegue-se aqui.