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- Não te entendo.
- A minha navalha.
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Disseste que roubaste a minha navalha
do quarto de hotel.
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No meu negócio isso
chama-se...
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falar antes do tempo.
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Perdeste a jogada.
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Minha navalha.
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Que queres de mim? Que queres de mim caralho?
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Queres que te devolva os teus 80 mil?
Não posso. Dividi-os.
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Que queres, vingança?
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- Depositei em ti a minha confiança.
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Assim ganho a vida.
Perguntaste-me a que me dedico. A isto.
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Olha, lamento.
Sinto muito. A sério.
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Eras uma boa mulher. Quando se -
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- Senta-te, por favor.
- Encantaria-me, mas -
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- Disse-te que te sentasses.
- O que farás? lrás à policía?
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- É possivel.
- E que lhes dirás, heroína?
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Que a autoura do bestseller
"Impulso, comportamento impulsivo"...
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Entregou a sua fortuna a um vigarista?
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Entendeste? Mas divertimo-nos.
Tens que reconhecer.
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Disse que te sentes!
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Se passas essa porta, mato-te.
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- Não acredito.
- Que é a vida sem aventuras?
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Quê? Que queres que faça?
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- Roubaste-me o dinheiro.
- Que mau que sou.
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Violaste-me.
Tomaste-me por meios falsos.
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Caralho Margaret,
isso foi o que se passou? verdade?
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Ficaste magoada.
Percebo que fiques magoada.
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- Como pudeste fazer-me isso?
- Não foi nada pessoal.
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Por estranho que pareça,
lamento o que se passou, mas passou.
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Vivemos num mundo imperfeito.
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- Usaste-me.
- Sim, usei-te. Lamento.
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E tu descobriste coisas de ti mesma
que preferirias não saber.
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Isso também lamento.