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Olhe à sua volta, não vê
ninguém com camisas de seda,
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as piscinas são todas
pré-fabricadas...
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Mas agora deve ser crime instalar
a família em sítios decentes.
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Olhe-nos com olhos de ver.
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Falamos de uma cidade
com uma população de mil
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e em que umas trinta famílias
são de polícias.
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E nem todos são corruptos.
- Ninguém disse que são.
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Frequentei a mesma academia
que ali o nosso amigo.
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Quem, o Ray?
- Era cá um personagem...
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Só pensava em apanhar
criminosos.
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Mas não sei, alguma coisa
lhe aconteceu...
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Importa-se que me sente?
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Hoje enterrámos uma farda...
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Hoje enterrámos uma farda.
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Isso não o incomoda?
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Ele atirou-se da ponte...
- Mas o corpo nunca chegou à água.
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Isso não o incomoda?
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Que é que incomoda,
que eu investigue polícias?
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Um homem que quis ser polícia...
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Eu sou polícia.
- Mas não em Nova Iorque.
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Três inscrições em dez anos,
apelos a testes de audição...
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Talvez seja autoridade,
tal como eu, mas não é polícia.
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Eu vigio polícias, mas
- diga se me engano -
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todos os dias, destas janelas,
você faz o mesmo.
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Também vigia polícias.
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E visto sermos ambos autoridade,
partilhamos um dever.
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Não será assim?
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Quando há escândalo,
cabe-nos investigar.