Playing by Heart
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1:12:00
Não posso.
Assim como tu..

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- Assim como eu, o quê?
- Não sei.

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Assim como tu não
consegues parar de beber.

1:12:17
- Posso trazer-lhe outro?
- Não, estou bem. Obrigado.

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- Era um gin martini, certo?
- Vodka, mas, sinceramente, já bebi bastante.

1:12:22
- Eu insisto, por favor.
- Olha, meu..

1:12:25
E digo isto afectuosamente,
tá bem? Baza.

1:12:30
Onde íamos?
Oh, sim, acabei de largar o álcool...

1:12:33
e tu ias contar-me sobre o
grande amor da tua vida.

1:12:35
- O nome dela era Sarah.
- E foi a tua primeira?

1:12:39
Sim.
1:12:41
Olha... é natural
a elevar o nosso primeiro amor...

1:12:45
a uma espécie de patamar
mítico, emocional.

1:12:48
Mas tu apaixonaste-te,
ela deixou-te ...

1:12:51
e agora estás a lidar com o
bioproduto mais comum do amor:

1:12:53
depressão maníaco suícida.
1:12:55
Certo?
1:12:57
- Sentes-te melhor?
- Não.

1:13:02
É.. é díficil falar disso.
1:13:05
Eu tenho um amigo, músico de jazz,
toca trompete.

1:13:08
Realmente espantoso.
Vou ouvi-lo tocar todos os meses,
mais ou menos.

1:13:11
Ele toca uma música que eu adoro:
uma canção antiga do Chet Baker.

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E toca as mesmas notas todas as vezes,
mas todas as vezes soa diferente.

1:13:18
E uma noite fomos beber uns copos..
quando eu ainda bebia..

1:13:23
e tentei dizer-lhe o que aquela
canção me fazia sentir...

1:13:25
como a sua maneira de tocar, me fazia sentir,
como a música... me fazia sentir.

1:13:28
E ele abanava
a cabeça e disse...

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"Joan, não se pode falar de música.
1:13:34
Falar de música é como
dançar sobre arquitectura."

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Eu disse, "Bem, está bem, óptimo.
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Filosofar comigo, é tão inútil como
falar de uma série de coisas.

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Amor, por exemplo."
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E o meu amigo riu,
e disse...

1:13:47
"Sem dúvida. Sem dúvida.
1:13:49
Falar sobre o amor é como
dançar sobre a arquitetura."

1:13:52
Mas, não sei.
Talvez ele tenha razão.

1:13:56
Mas não me vai
impedir de tentar.


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