:51:02
Ainda não parámos de falar
sobre vocês.
:51:05
Isto é o destino.
Temos de comer juntos.
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Parece boa ideia. Nós estamos
no Hotel Pasta e Fagioli.
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Por que não nos telefonam?
Nós estamos no Europa Regina.
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Excelente. Nós telefonamos.
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Combinado.
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Olha para isto.
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Estamos sentados junto
ao canal.
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Muito bom.
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Meu Deus!
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Estava destinado!
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É o destino! É o destino!
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Procurámos o vosso hotel,
mas não o encontrámos.
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-Sim, é difícil de encontrar.
-Tudo está bem, quando acaba bem.
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Foi o destino,
a primeira vez que vi a Joanie.
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Eu trabalhava no 6º andar
e o Eddie trabalhava no 4º .
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-Juro por Deus.
-Todos os dias no refeitório. . .
:51:57
Eu via a Joanie na fila
para as saladas
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e ela sorria-me.
Não apenas um sorriso.
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Um enorme sorriso aberto.
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Um dia, no bar das saladas
no Beefsteak Charlie,
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pensei vê-la na fila
para as saladas.
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-Mas não era eu.
-Não era a Joanie!
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Quais são as probabilidades de uma
outra pessoa ser igual à Joanie
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e porém não ser, na verdade,
a Joanie?
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Uma num trilhão?
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Pode ser ainda mais do que isso,
Eddie.
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Quando percebi que não era ela,
fiquei muito desapontado.
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E comecei a pensar no quanto
eu desejei que fosse a Joanie.
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Mas nessa altura ainda
não se conheciam.
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Não. E não conseguia deixar de pensar
o quanto eu desejei que fosse a Joanie.
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Acho que foi esse
o momento decisivo.
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Voltei para a minha mulher
à mesa no Beefsteak Charlie,
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e percebi que me sentia mais vivo
a pensar naquela estranha que eu
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pensava ser a Joanie, do que me sentia
com a estranha que era a minha mulher.
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Estávamos ambos casados
e não éramos felizes.
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Talvez eu não quisesse admitir,
mas talvez
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eu não gostasse o suficiente de mim para
estar com alguém que gostasse de mim.