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Ela procurava um lugar na sociedade
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e achava que o dinheiro
era a forma de chegar lá.
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Sempre quis que a Becky fosse sensual.
Isto é, tinha de ser.
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Fiquei muito contente
quando a Reese ficou grávida
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para fazer de Becky
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porque deu-me mais
com que trabalhar.
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A feminilidade e a luminosidade
eram muito importantes para mim.
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Criou um visual diferente,
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o que é bom,
é muito mais adaptado á época.
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Acho que as mulheres tinham um
aspecto diferente na época. Foi bom.
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O mais interessante na Becky
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é que ela tinha a inteligência
adequada para a sua manipulação.
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Conseguiu sempre manter as situações
dentro do seu controlo.
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Dois homens e apenas dois
entrarão num quarto meu;
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o meu marido e o médico.
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- Accão.
- Voltem a passar.
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A visão da Mira deste período
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foi o que me convenceu
a fazer este filme.
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Eu tinha uma nocão bem clara
do que me comovia,
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do que me fazia chorar
e do que eu queria ver
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em determinadas cenas
que o Thackeray tinha escrito.
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Mas também estava muito interessada
em evocar a sociedade da época,
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em evocar a pobreza,
a classe operária,
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a Londres do início do século XIX,
que era suja e malcheirosa.
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Para que pudéssemos compreender
o meio a que ela pertencia
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e a sua ascensão à alta-sociedade.
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Um passo em falso da parte dela
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e voltaria à sarjeta
de onde tinha vindo.
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Mas, para mim,
era igualmente importante
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manter uma espécie de sentido
da realidade,
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pôr lama nas saias,
sentir a sujidade,
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sentir a chuva na roupa.
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O escritório da Mira Nair
é extraordinário.
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As paredes estão pintadas
com cores fabulosas.
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Ela usa cores constantemente.
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Vive a vida assim, com cores.
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E foi claramente essencial